Alvo de Ranieri para o ataque era... Jackson Martínez
Na Sexta-Feira, Claudio Ranieri deu uma entrevista à Gazzetta dello Sport em que fala da sua experiência na Roma, do seu passado no Chelsea e da sua vida no Monaco. Pelo meio, revelou que em vez de Falcao o seu alvo para o ataque era... Jackson Martínez.
Começando pelo que diz diretamente respeito ao futebol português: João Moutinho e James trocaram o Porto pelo clube do Principado, mas podiam não ser os únicos, já que o atacante pretendido por Ranieri para o novo projeto monegasco era, precisamente, o número 9 dos tricampeões nacionais,.
"Acompanhava de perto James Rodriguez e Jackson Martínez, mas, um dia, o presidente Rybolovlev perguntou: "E que tal Falcao?". Eu disse que sim. Ao contrário dos outros avançados, Falcao não vai ter com a bola, a bola é que vai ter com ele. Vemos as suas movimentações e não percebemos como acontece, mas ele sabe sempre onde deve estar", revelou o treinador italiano.
Sobre a escolha do Mônaco, quando saiu do Inter, e ainda antes de todo este investimento de Rybolovlev, Ranieri justificou: "Eu queria construir algo importante. Começar no segundo escalão francês e completar o círculo – como na Juventus, em que as coisas correram como correram. Chegar aqui era a oportunidade perfeita para mim. Já estava cansado de entrar a meio dos projetos".
"O Mônaco é um desafio extremamente interessante. E eu adoro desafios! Como no Parma, no Inter, na Roma, na Juventus... As pessoas dizem que eu não crio equipas vencedoras, mas será que se lembram do estado dos clubes quando lá cheguei?", questionou Ranieri.
"Os jogadores de qualidade vão para onde há dinheiro"
Seguiram-se perguntas sobre o campeonato francês e, em particular, sobre se o Mônaco é ou não candidato assumido à conquista da Ligue 1. Ranieri manteve a tranquilidade de discurso.
"Não nos podemos comparar ao clube que venceu o último campeonato e foi eliminado da Liga dos Campeões pelo Barcelona. Visitamos Paris e o PSG em 22 de setembro e quem sabe o que vai acontecer... Estamos a aprender sobre nós próprios todos os dias. Somos um clube recém-promovido e temos vários jogadores jovens. Temos a nossa meta: terminar a liga entre os três primeiros", esclareceu.
Já na Champions, as apostas de Ranieri recaiem sobre "Bayern e Barcelona", sobretudo, e "no Real Madrid de Ancelotti e no Chelsea de Mourinho".
Depois, pediram ao italiano para traçar as diferenças entre o futebol francês e o do seu país natal. O treinador de 61 anos destaca uma: "Na França, os presidentes levam a mão ao bolso, Na Itália não".
"O futebol italiano vive uma grave crise devido aos problemas financeiros. Temos sempre de lutar para nos mantermos à tona. Os jogadores de qualidade vão para onde há dinheiro, mas não podemos propriamente afirmar que os clubes alemães estão a gastar desmesuradamente. Em Itália gastamos tudo o que tínhamos... E agora é preciso puxar os cordões à bolsa e arranjar novas ideias", apontou o treinador do Mônaco.
Neste enquadramento, foi lançado ao barulho o Real Madrid e o negócio Bale. Ranieri relativizou. "O Real Madrid pôde comprar um jogador por 100 milhões de euros porque tem enormes receitas. Como é que um clube como o Mônaco pode competir com eles, quando a média de assistências é de 5000 pessoas? É errado tentar parar o investimento no futebol. O importante é prever o futuro e gerir bem as coisas, de forma a não deixar os clubes em dívida", defendeu.